A carioca de 25 anos palestrou no primeiro dia da Brazil Conference, organizada por Harvard e pelo MIT, que há quatro anos trazem aos Estados Unidos alguns dos principais nomes do mercado brasileiro.
Por quase uma hora ela deu lições de empreendedorismo e gestão de carreira para a plateia mais cheia do evento. Dono de uma fortuna de R$ 93,3 bilhões, Jorge Paulo Lemann (o homem mais rico do Brasil) assistiu da primeira fila e aplaudiu de pé no final.
Anitta abriu a noite narrando a infância pobre em Honório Gurgel e os primeiros passos da carreira em bailes funk, quando o cachê não ultrapassava R$ 150 (hoje ele pode superar R$ 200 mil).
“O funkeiro canta a realidade dele. Se ele acorda, abre a janela e vê gente armada e se drogando, gente se prostituindo, essa é a realidade dele. Para mudar as letras do funk, você tem que mudar antes a realidade de quem está naquela área.”
Da ‘balada’ para a sala de reuniões
Mas os olhos da plateia brilharam mesmo quando a cantora narrou suas estratégias para ganhar dinheiro e conquistar o público internacional.
Oito anos depois do “Furacão 2000”, Anitta é listada pela revista Vogue como uma das 100 pessoas mais influentes e criativas do mundo, pela Billboard dos EUA como a 10ª artista mais relevante do planeta nas redes sociais.
A virada veio quando ela demitiu sua empresária para construir a carreira por conta própria.
“Antes, tinha uma equipe comigo e eu era só artista. Mas não concordava com o modelo de negócio, o dinheiro era mal investido. Abri minha empresa na cara e na coragem aos 21 anos. Eu achava que chegaria aonde queria no Brasil aos 30 e poucos.”
A uma plateia que se mostrava surpresa com a fluência da cantora sobre estratégias complexas de negócios, Anitta revelou passos calculados às paradas de sucesso estrangeiras em três idiomas.
Fora do anfiteatro, uma estudante de Harvard guardava lugar em uma fila enorme, onde estava boa parte da plateia que havia pouco aplaudira a funkeira.