Há poucos meses, a Nike lançou uma campanha que celebrava os 30 anos do icônico slogan Just Do It tendo Colin Kaepernick como garoto-propaganda.
Apesar da ação ter sido considerada por muitos especialistas como uma das melhores peças publicitárias de 2018, a campanha também gerou discórdia entre os americanos por conta da escolha do jogador da NFL para a peça: Kaepernick se ajoelhava durante a execução do hino nacional nos jogos, em protesto às injustiças sociais e raciais do país.
A polêmica acabou dando certo para a Nike, mesmo com muita gente declarando publicamente que nunca mais compraria produtos da marca, ou sendo ainda mais drástico nas medidas contra a Nike como a Prime Time Sports, uma pequena loja esportiva do Colorado que em meio ao caos da campanha declarou que boicotaria a marca parando de vender seus itens em seu estabelecimento.
Em uma publicação em sua conta no Facebook, o dono do estabelecimento, Stephen Martin, justificou a decisão na época (junto de uma promoção “tudo da Nike pela metade do preço”) afirmando que a ideia da marca apoiar o jogador ia contra sua crença de “honrar a bandeira” e que, seguindo a atitude da própria empresa, ele lutaria por suas crenças mesmo que elas fossem pedir dele todo o sacrifício.
A questão da bandeira, no caso, se relacionava com os atos de Kaepernick nos jogos, que vinham ofendendo torcedores mais conservadores por desrespeitar a memória dos milhares de veteranos perdidos na guerra.
Porém, a ideia não deu muito certo, já que no dia 11 de fevereiro, o próprio Martin voltou a escrever no Facebook para anunciar que sua loja estava fechando as portas depois de 21 anos.
Os motivos são óbvios e mesmo o dono, já tinha consciência que isso poderia acontecer, uma vez que sem os produtos da Nike, a Prime Time Sports perdeu uma porção significativa de seus negócios.
“Ter uma loja de esportes sem a Nike é tipo criar uma loja de leite sem leite ou um posto de gasolina sem gasolina. Como você faz? Eles tem o monopólio de camisetas”, declarou o dono à KOAA News.
Ele também comentou que “Por mais que eu odeie admitir isso, talvez existam mais apoiadores de Brandon Marshall e Colin Kaepernick que eu acreditava existir”.
Brandon Marshall, no caso, é outro jogador que em 2016 decidiu apoiar Kaepernick no ato de se ajoelhar durante o hino americano na NFL.
De acordo com o dono, a Prime Time Sports permanecerá aberta até que todos os itens sejam vendidos, o que ele prevê acontecer até o fim deste mês. Martin afirma que agora está procurando ajudar os antigos empregados a conseguirem novos empregos no mercado.