29 de agosto de 2024
Com abertura oficial nesta quarta-feira (28) em Paris, a delegação paralímpica brasileira chega à capital francesa com 255 esportistas, além dos 19 atletas-guias, três Calheiros de bocha, dois goleiros de futebol de cegos e um timoneiro de remo.
Assim como o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) criou o Time Brasil, o CPB – Comitê Paralímpico Brasileiro desenvolveu a marca Brasil Paralímpico para ser a plataforma de engajamento dos atletas com a torcida.
Mas os principais vetores de atração das marcas para os atletas são o quadro de medalhas e o desempenho nas provas, estas pressionadas pela sociedade a adotarem mais políticas e práticas de diversidade e inclusão.
Segundo estudo Oldiversity desenvolvido pela Croma Consultoria, parte do Grupo Croma de design de inovação e futuros, mostra que 64% dos respondentes declaram que as marcas e as empresas estão se adequando para atender às necessidades de pessoas com deficiência. Nesse novo movimento, o Comitê conquistou um novo apoiador, chegando a sete: Asics, Ajinomoto, Braskem, Havaianas, Loterias Caixa, Max Recovery e Toyota.
Para Edmar Bulla , fundador do Grupo Croma, “o aumento de marcas representa uma pragmatização do investimento e da construção do ESG como pauta relevante nas empresas e conselhos de administração. No entanto, é importante garantir autenticidade, continuidade e relevância perene do tema na pauta anual de iniciativas, já que os brasileiros identificam facilmente ações oportunistas ou não genuínas. O ESG vai muito além do compliance, da B3 e das datas comemorativas ou sazonais. Não pode ser apenas para inglês ver”.
A virada de chave para o CPB aconteceu durante os jogos Paralímpicos Rio 2016, quando a entidade intensificou os investimentos em projetos de formação de atletas através dos centros de treinamento. Atualmente são 72 espalhados pelo Brasil integrados a escolas e instituições. Além disso, a Escola Paralímpica de Esportes foi idealizada para iniciar crianças e adolescentes com deficiência em 17 modalidades entre elas atletismo, badminton, bocha, esgrima entre outros. Importante reforçar que as temáticas relacionadas à demanda para inclusão, sustentabilidade e governança nas empresas deram fôlego para que as marcas fossem atrás de parcerias que contemplassem a pauta ESG.
Na história dos jogos, o Brasil tem 109 ouros, 132 pratas e 132 bronzes, sendo que o TOP 3 das modalidades que levaram o país ao pódio são o atletismo (170 medalhas), natação (125 medalhas) e judô (25 medalhas).
“O crescimento do interesse das marcas pelo esporte paralímpico reflete não só o compromisso dessas empresas com a agenda ESG, mas também o reconhecimento do poder transformador do esporte. Ao apoiar atletas paralímpicos, as marcas não estão apenas associando seus nomes a histórias de superação e alto desempenho, mas também se posicionando como agentes ativos na promoção de inclusão e diversidade. Esse movimento vai além do patrocínio; trata-se de uma aliança com valores que são fundamentais para a sociedade e, por consequência, para o mercado”, acrescenta Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.
Imagens Crédito: CPB – Reprodução.