O Carrefour vem sofrendo diversos ataques e protestos depois que um homem negro foi espancado até a morte pelos seguranças em uma das lojas da rede.
Após o acontecido, a empresa decidiu anunciar que o valor das vendas realizadas no dia 20 de novembro será doada para entidades ligadas à luta pela consciência negra. Além disso, a varejista afirmou que o Dia da Consciência Negra, deveria ser marcado pela conscientização da inclusão de negros e negras na sociedade, mas “foi o dia mais triste da história do Carrefour“.
Foi um dia antes da data em que é comemorada a Consciência Negra aqui no Brasil, que João Alberto Silveira Freitas foi espancado até a morte na unidade do Carrefour de Porto Alegre. Um vídeo que mostrava o ato dos seguranças foi compartilhado nas redes sociais, o que causou diversos protestos, revolta e ataques a lojas do Carrefour em vários locais do país.
“Palavras não expressarão nossa angústia com a brutalidade. Daremos todo o apoio à família de João Alberto Silveira Freitas e, em respeito a ele, nossa loja de Passo D’Areia fechou ontem e permanecerá fechada hoje“, afirmou o Carrefour. “Além disso, todo o resultado das vendas do dia 20 de novembro das lojas Carrefour Hipermercados será doado para entidades ligadas à luta pela consciência negra“, acrescentou.
Fora a doação, o Carrefour afirmou que faria um reforço no treinamento antirracista com todos os funcionários e terceiros da rede.
“Medidas internas foram imediatamente tomadas pelo Grupo Carrefour Brasil, principalmente em relação à empresa de segurança contratada. Essas medidas são insuficientes. Meus valores e os valores do Carrefour não compactuam com racismo e violência“, comentou o gerente. Confira o comunicado oficial:
A Ambev também decidiu pressionar o Carrefour por um posicionamento, uma publicação foi colocada nas redes sociais que dizia: “Para todos nós, nossos funcionários e a comunidade negra, a tristeza, frustração e medo gerados por atos recorrentes de violência como este são profundos e pessoais. Estamos comprometidos a ajudar a criar mudanças positivas e um mundo onde a diversidade e o respeito sejam a norma“.
A fabricante de bebidas ainda pediu que o Carrefour crie medidas imediatas e efetivas: “Temos o compromisso inegociável de promover a equidade racial em todo o nosso ecossistema, o que inclui os nossos parceiros, clientes e fornecedores“.
Outra medida tomada, foi que a Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial, um movimento formado por empresas e instituições que lutam pela superação do racismo no ambiente corporativo, decidiu retirar por tempo indeterminado o Carrefour das atividades do grupo: “É criminoso um ambiente empresarial em que um cidadão entre para fazer uma compra e saia morto. E é conivente todos aqueles que se omitiram e não tomaram as medidas para que essa morte fosse evitada. Inclusive os que se calam“.
Fonte/Créditos: Exame.