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Dobra o número de reclamações envolvendo o Pix em 2022, mostram dados do Procon

Desde o lançamento do Pix, em 2020, ele não para de crescer, com um volume de transações e valores transacionados acompanhando uma curva ascendente.

No entanto, as reclamações envolvendo esse sistema de pagamentos instantâneos também estão em ascensão, mais do que dobrando nos oito primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período em 2021.

Conforme alguns dados divulgados pelo Procon de SP e pelo Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), o volume de queixas envolvendo o Pix passou de 3.194 entre janeiro e outubro de 2021 para 6.613 no mesmo período de 2022 – o que equivale a uma alta de 107%.

Isso pode ser explicado pelo aumento no uso da ferramenta. Em apenas um ano, entre novembro de 2021 e novembro de 2022, o número de transferências mais do que dobrou, passando e 1,2 bilhão para incríveis 2,6 bilhões. Conforme dados divulgados pelo Banco Central, já são mais de 28,5 bilhões de transações registradas. Além disso, também houve um crescimento no número de usuários cadastrados. Há um ano, eram 115 milhões de pessoas físicas e jurídicas usando a ferramenta – hoje em dia, já são pouco mais de 140 milhões.

Atualmente, grande parte dos brasileiros com uma conta bancária já usa o Pix, assim como a maioria dos estabelecimentos já aceitam receber transferências instantâneas como pagamento, muitas vezes oferecendo incentivos para clientes que pagam através desse método. Além das lojas físicas, há estabelecimentos virtuais, como e-commerces, lojas de aplicativos e até mesmo opções de cassino online com Pix. Mesmo com sede no exterior do país, esses sites trazem essa possibilidade para clientes brasileiros que preferem a facilidade e a velocidade da ferramenta, e o cassinos.info traz uma lista delas e com os seus cupons de boas-vindas. 

Segurança

As reclamações feitas no Procon provavelmente são devido a outros motivos relacionados ao sistema de transferências, e não exatamente por conta dele. Isso porque, segundo Leandro Vilain, diretor-executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), apesar de ser possível o surgimento de instabilidade, geralmente ela é interna, nas instituições bancárias.

“Em 2021, que foi o primeiro ano de funcionamento, observamos algumas instabilidades com a infraestrutura, mas eu não tenho observado isso em 2022. O que acontece, e é natural, é de algum aplicativo do banco estar instável. Mas é muito raro,” explica o executivo.

Em 2022, o Banco Central fez algumas mudanças no funcionamento do Pix para fortalecer a segurança contra vazamento de dados e fraudes. No próximo ano algumas dessas alterações entrarão em vigor, como aquelas que serão feitas no Pix Troco e Saque e as mudanças nos limites de valor para as transações. Mesmo com esse crescimento nas queixas, Leandro Vilain considera o número pouco expressivo, principalmente por conta do universo de mais de 140 milhões de usuários.

Com o tempo e maior adesão ao sistema, também houve um crescimento nos casos de golpes o envolvendo – que, por sua vez, são mais expressivos e ocorrem com maior frequência. No entanto, segundo o especialista, esses golpes se baseiam em estratégias que usam engenharia social

“O produto Pix é absolutamente seguro, o sistema funciona perfeitamente bem. Nós nunca tivemos problemas de uma transação que tenha sido interceptada por um hacker, uma transação que tenha sido originada de uma maneira falsa. Agora, temos sim um problema de segurança pública no Brasil, em que as pessoas são alvos de roubo de celular, são alvos de engenharia social, são alvos de extorsão e sequestro. E o Pix, sem dúvida nenhuma, foi um grande facilitador para essas quadrilhas”, conclui.

Dessa forma, o problema não seria do sistema em si, mas sim dos bancos, que seriam os responsáveis por evitar as fraudes financeiras. Segundo o BC, o próprio regulamento do Pix deixa claro que os bancos ofertando a ferramenta devem se responsabilizar pelos prejuízos decorrentes de falhas nos seus mecanismos de gerenciamento de riscos.

Foto/capa: Depositiphotos.
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