Ele começou em 2010 como um aplicativo de compartilhamento de fotos. Em 2013, imagens estáticas não eram mais o suficiente, então veio a possibilidade de postar vídeos. Mas do que adianta postar a foto de uma viagem que aconteceu, ou de um prato que você comeu se isso não for em tempo real?
Então em 2016 a inovação foi o lançamento dos stories. E qual seria o próximo capítulo lógico? Para Kevin Systrom, co-fundador e CEO do Instagram, era inevitável a criação de uma televisão mobile. Uma inovação para o serviço que, mais do que nunca, se adequa perfeitamente como uma plataforma de self-streaming.
No evento de lançamento do IGTV realizado no último dia 20 de junho em São Francisco, foi anunciado que próximo passo da plataforma foi baseado em dois fatores: a queda de 40% do consumo de televisão entre os jovens nos últimos cinco anos e o aumento de 60% no número de visualizações de vídeos no Instagram só no último ano. Esse foi o pontapé inicial para a concepção do Instagram TV, ou para os mais íntimos, IGTV.
Durante todo o evento de lançamento, os representantes e criadores (não, não quem criou o aplicativo, os produtores de conteúdo são chamados de creators) repetiam sempre os três pilares do IGTV: mobile, simples e qualidade. A questão do mobile é meio óbvia, assim como a da simplicidade, visto que o aplicativo não possui muitas dificuldades de navegação.
Mas o que chamou a atenção foi a questão da qualidade e as exemplificações que, de novo, aparentemente são espelhos de uma tendência e não de uma convergência.
Vamos deixar de lado as comparações claras com a televisão como possibilidade de postagem de vídeos em qualidade profissional como Ultra HD e 4K, transmissões ao vivo, o tradicional chiado preto e branco entre um vídeo e outro, ou ainda o ícone de uma televisão analógica e focar em alguns outros pontos.
Qualidade dos vídeos e self-streaming
Você lembra quando os vídeos mais assistidos do YouTube eram sobre bebês fazendo alguma coisa engraçada? Pois é, parece que hoje isso não é o suficiente ao vermos canais do YouTube que investem em estúdio, iluminação, roteiro e figurino. É uma “profissionalização amadora”.
Sem dúvida, vivemos em outros tempos. Mas os nossos gostos nem tanto. Assim como ao ligar a televisão eu posso ter programas ou canais inteiros voltados para culinária, vida saudável, esportes ou comédia, no YouTube existe uma categorização dos canais (até os termos são iguais) por esses mesmos temas.
E pelo o que vimos nessa viagem da câmera pelo estúdio do IGTV, lá também existirá essa categorização. Não basta só postar, tem que postar direito e com qualidade. Quase que profissional, afinal, agora a televisão é você (por isso o nome “YouTube”).
Economia de tempo
Estar disponível a princípio apenas para esses criadores exprime algumas outras características apresentadas na conferência de lançamento do IGTV. O CEO do Instagram disse que hoje não temos mais tempo de sentar em um sofá, pegar o controle remoto e encontrar algo para assistir.
Ainda que seja pelo YouTube, para ele ainda existe um desperdício de tempo: o que eu quero assistir? Decidindo o que eu quero, como vou encontrar o melhor vídeo diante daquela infinidade de canais voltados para o tema que eu procurei? É o que eles chamam de overwhelming.
Assim, preparar os criadores antes do lançamento oficial do IGTV garante que o espectador já terá conteúdo disponível e com rostos conhecidos assim que abrir o aplicativo. Literalmente, assim que ele clicar no ícone do IGTV.
Isso porque, diferente do YouTube, não há a necessidade de procurar pelo o que você deseja assistir. Baseado nos seus gostos do Instagram, o aplicativo já começa com um vídeo em tela cheia sendo exibido. Como um controle remoto de ligar ou desligar, mas que ainda te permite navegar pelos canais.