A Ford anunciou ontem, dia 11, que não produzirá mais veículos em suas fábricas no Brasil. A montadora tinha fábricas em Camaçari (BA) e Taubaté (SP), para carros da Ford, e em Horizonte (CE), para jipes da marca Troller.
Apesar da empresa ter fechado 2020 como a quinta que mais vendeu carros no país, ela acabou decidindo encerrar as produções por aqui depois de quase 100 anos, mas eles informaram que os carros continuarão a ser vendidos.
Para que as vendas continuem acontecendo, os carros serão importados principalmente da Argentina e do Uruguai e a Ford disse ainda que todos os clientes contarão normalmente com a assistência de manutenção e garantia.
Será mantido o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, além do campo de provas e da sede administrativa para a América do Sul, ambos no estado de São Paulo.
Em um comunicado para a imprensa, a fabricante diz que a decisão foi tomada “à medida em que a pandemia de Covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas“.
Em carta a concessionários obtida pela Globo, a montadora afirmou que “desde a crise econômica em 2013, a Ford América do Sul acumulou perdas significativas” e que a matriz, nos Estados Unidos, tem auxiliado nas necessidades de caixa, “o que não é mais sustentável“.
A montadora citou ainda a recente desvalorização das moedas na região, que “aumentou os custos industriais além de níveis recuperáveis“, e mencionou a pandemia e a ociosidade nas linhas de produção, “com redução nas vendas de veículos na América do Sul, especialmente no Brasil“.
Até o momento foi divulgado que cerca de 5 mil funcionários serão afetados com a mudança e que eles devem perder seus empregos. Ao todo, a Ford possui 6.171 funcionários no Brasil.
Os modelos nacionais, Ka, EcoSport e Troller T4, não serão mais vendidos assim que terminarem os estoques. A Ford disse que o país passará a ter modelos importados, principalmente das unidades de Argentina e Uruguai, além de outras regiões fora da América do Sul.
“A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável”, comentou Jim Farley, presidente e CEO da Ford. “Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global“, completou.
No ano passado, a Ford vendeu 119.454 automóveis no Brasil, segundo dados da Anfavea. O resultado representou uma queda de 39,2% na comparação com 2019.
A associação das fabricantes, a Anfavea, disse que não vai se pronunciar sobre o encerramento das atividades, mas confirmou que a decisão da Ford “corrobora o que a entidade vem alertando há mais de um ano sobre a ociosidade local, global e a falta de medidas que reduzam o Custo Brasil“.
Fonte/Créditoés: G1.