11 de agosto de 2023
Habilidade permite a criação de soluções inovadoras e contribui para resultados positivos no trabalho, nos estudos e na vida pessoal
Foto: diloka107/Freepik
A criatividade é uma habilidade valorizada em diversas áreas da vida, seja no trabalho, nos estudos ou em diversas outras atividades, artísticas ou não. Trata-se da capacidade de pensar de forma original, encontrar soluções inovadoras e enxergar possibilidades além do convencional. Mas será que a criatividade é um talento inato ou pode ser desenvolvida?
Estudos e especialistas no assunto concordam que o pensamento criativo pode ser estimulado e aprimorado por meio de métodos e exercícios específicos. Assim como um músculo, essa habilidade pode ser exercitada e fortalecida com a prática regular.
Uma abordagem comumente utilizada para estimular a criatividade é o pensamento divergente. Esse método envolve gerar o maior número possível de ideias, sem julgamento ou restrições, incentivando a livre associação de pensamentos. O objetivo é abrir a mente para diferentes perspectivas e possibilidades, explorando novas conexões e soluções.
O uso de uma ferramenta de brainstorming – técnica que pode ser traduzida como “chuva de ideias” – é outra prática para gerar insights em um ambiente colaborativo. A liberdade de expressão e a falta de críticas nesse estágio inicial permitem a emergência de propostas surpreendentes e inovadoras. Posteriormente, essas inspirações podem ser refinadas e selecionadas para implementação.
Além dos métodos, existem exercícios que podem estimular a criatividade. Um exemplo é a prática da observação detalhada, na qual se analisa e percebe elementos do ambiente de forma mais atenta, explorando cores, texturas, sons e cheiros. Isso ajuda a treinar o cérebro a encontrar conexões e associações menos óbvias, ampliando o repertório criativo.
O apoio dos colegas de trabalho e o amor compassivo dos familiares são os dois fatores cruciais para tornar os trabalhadores mais criativos, de acordo com um estudo realizado pelo professor Yasin Rofcanin, da Universidade de Bath, no Reino Unido. A pesquisa revelou que as forças relacionadas a fatores internos e externos às organizações desempenham um papel determinante na geração de criatividade e resultados, enquanto o papel das lideranças fica em segundo plano na maioria das vezes.
O estudo, publicado no Journal of Applied Social Psychology e co-autorado por acadêmicos da Espanha e da Holanda, analisou a interação entre colegas de trabalho e como o local apoia os funcionários em suas questões domésticas. Os pesquisadores recrutaram 69 casais americanos e solicitaram que mantivessem um diário durante quatro semanas, categorizando as relações conjugais em amor compassivo, amor romântico e amor amigo.
Os resultados mostraram que aqueles que se enquadraram na categoria de amor compassivo e receberam bom suporte dos colegas de profissão criaram as melhores condições para um desempenho efetivo no trabalho. Além disso, aqueles que tinham uma boa relação com os pares também levavam mais positividade para casa.
Segundo o professor Rofcanin, os gestores precisam ser mais eficazes em fornecer apoio informal e estabelecer um ambiente que incentive as redes de apoio entre as pessoas que trabalham juntas. Essa perspectiva, que relaciona o clima da empresa e o ambiente, deve estar alinhada com as análises de resultados obtidas nas empresas, contribuindo para o desenvolvimento da criatividade e do desempenho dos colaboradores.
Conforme informações divulgadas no blog da associação educacional sem fins lucrativos Crescer Sempre, antes de tudo, é importante compreender como trabalhar o processo criativo, a fim de facilitar a geração de novas ideias. Para isso, é necessário conhecer as quatro fases desse processo.
A primeira delas é a preparação, na qual o cérebro é alimentado com informações relevantes sobre o problema a ser solucionado de forma criativa. Essa etapa geralmente envolve estudos e pesquisas para embasar o processo. Já o segundo passo é a incubação, no qual é essencial descansar a mente. O objetivo é permitir que o inconsciente trabalhe, trazendo à tona ideias inovadoras.
Chamada de iluminação, a terceira etapa é o momento em que a ideia surge, fruto das fases anteriores. É nesse estágio que a criatividade ganha vida e soluções originais são encontradas. Por fim, a quarta fase é a implementação. Nesse momento, é necessário colocar a ideia em prática, seguindo o objetivo específico do processo criativo.
Vale ressaltar que é comum encontrar dificuldades ao longo desse desenvolvimento, especialmente na etapa de iluminação. Portanto, é importante compreender e adotar práticas que possam auxiliar nessa tarefa.
A associação educacional Crescer Sempre fez um levantamento de estudos que abordam o tema e reuniu algumas dicas e orientações sobre como estimular a criatividade. A primeira delas é permitir que a mente viaje. Reservar momentos ao longo do dia para deixar os pensamentos fluírem livremente, sem tentar direcioná-los para ideias específicas, é a chave. Essa liberdade de pensamento estimula a criatividade e pode gerar insights que ajudam a solucionar questões cotidianas.
Além disso, realizar pesquisas é essencial para ampliar o conhecimento e alimentar a criatividade. Buscar informações sobre os temas relacionados aos quais é preciso ser criativo proporciona diferentes fontes de inspiração. Filmes, séries, documentários, livros e textos de diversas origens podem servir como base criativa, enriquecendo o repertório e permitindo conexões inovadoras.
Destravar a mente é a recomendação primordial em qualquer processo criativo. A técnica de storytelling ajuda nessa intenção, sendo uma forma de criar narrativas para despertar a emoção e estimular a criatividade. Ao pensar em histórias, há a criação de personagens, situações específicas, conflitos e soluções, o que mantém a mente mais criativa de maneira divertida.
Outra dica importante é conversar com colegas sobre o assunto em questão. Esses diálogos proporcionam diferentes perspectivas e percepções, enriquecendo o processo criativo. Cada indivíduo traz consigo vivências e bagagens culturais distintas, o que influencia sua visão sobre determinado tema.
Além disso, valorizar os momentos de lazer e buscar fugir da rotina são práticas essenciais para relaxar a mente. O descanso adequado contribui para a saúde mental e favorece a criatividade. Realizar atividades fora da rotina oferece oportunidades de vivenciar novas experiências, ampliando o repertório criativo.