O jornalismo tem utilizado novas fórmulas para ganhar espaço no mar de conteúdo disponibilizado na internet. Entre os recursos estão chamadas criativas, listas interessantes e desdobramentos de assuntos que estão em alta nas redes sociais.
É verdade também que os veículos precisam de audiência para manter seus anunciantes, sedentos pelas métricas mais potentes do mundo online. Isso, entretanto, não significa que vale tudo para ganhar cliques, incluindo subverter preceitos básicos da atividade, como a obrigação com o compromisso público, por exemplo.
Muito possivelmente indisposto com o sensacionalismo e o falta de critério e senso editorial de alguns sites, o público brasileiro tem se tornado cada vez mais crítico com o conteúdo publicado na web. O maior exemplo deste cenário é o histórico dia de hoje.
O Catraca Livre tem recebido uma tempestade de críticas em suas redes sociais pela maneira como tratou o trágico acidente aéreo na Colômbia, que matou 76 pessoas, entre elas jogadores da Chapecoense e jornalistas esportivos. Considerada oportunista pela audiência, a abordagem trazia manchetes como “Medo de voar? Saiba como lidar com isso!”. “Passageiros que filmam pânico em avião”. “10 mitos e verdades sobre viajar de avião”.
Na “cobertura”, os jornalistas utilizaram até a selfie do último dia de vida dos jogadores. Foi o estopim para o que seria um dos dias mais movimentados ou “descurtidos” da página. (Os posts foram excluídos).
A ira do público em geral, incluindo influenciadores e famosos, fez com que a menção ao site parasse no trendig topics global do Twitter e o número de seguidores despencasse em níveis impressionantes. De acordo com a ferramenta Quintly, a fanpage do veículo já perdeu mais de 500 mil seguidores.
Após inúmeros posts pedindo efetivamente desculpas, a página fixou um texto em seu perfil no Facebook, agora assinado pelo seu criador, Gilberto Dimenstein. Na mensagem, ele assume toda a responsabilidade pela pauta escolhida pelo veículo no dia de hoje.
Fonte: Adnews