24 de maio de 2022
Se engana quem pensa que, por ser multicultural, o Brasil está livre do racismo. Ele é um mal herdado de um sistema cruel, cuja trajetória é marcada por resistência, luta e dor. E isso não se fala somente na época da escravidão, mas ainda hoje, seja na comunidade, seja numa multinacional.
Entenda melhor o que é o preconceito racial, seu impacto em toda a sociedade e como o debate e a educação podem mudar esse cenário, de uma vez por todas, seja nas famílias, escola ou até mesmo em uma redação sobre racismo no Brasil pronta para o ENEM. Avançando em várias frentes, se pode fazer do Brasil, um país realmente de todos.
Também conhecido como racismo, o preconceito racial é o julgamento de valor enviesado, diminuindo ou excluindo pessoas de raças diferentes da pessoa que cometeu o crime. Sim, o racismo é crime e deve ser tratado como tal e não como uma condição cultural, como vem sendo apresentado.
Exatamente por ter uma significância histórico-cultural, que o racismo velado se faz presente nas relações. Isso leva a uma validação oculta do crime, através de piadinhas ou até mesmo, exclusão subconsciente. Para entender melhor, veja qual é a primeira imagem que lhe ocorre para cada uma dessas profissões:
· Imagine um Pedreiro
· Imagine um Médico
· Imagine uma Faxineira
· Imagine uma CEO
A lista poderia continuar, mas acho que já deu para entender o ponto, mesmo que suas respostas tenham sido diferentes do que é comum. A maior parte das pessoas, mesmo que não se considere preconceituosa, tende a fazer associações assim. Isso se dá por causa do racismo estrutural.
Enraizado nas origens da formação do país, o racismo estrutural é velado e permeia o modus operandi das relações. Ele pode ser observado nas referências de pessoas ricas e brancas ou trabalhadores e negras no marketing, nas piadinhas do cotidiano, e entre outros tantos exemplos, no acesso ao mercado de trabalho.
Quando uma pessoa é seguida na loja pela cor da sua pele, quando não se é ouvido em uma sala de reuniões, quando prefere contratar um segurança de cor negra… isso é o racismo estrutural desenhado, de forma dolorosa, representando a realidade da maior parte da população do Brasil.
Fonte: Nappy
Apesar da persistência do racismo na sociedade brasileira, muitas pessoas e organizações lutam diariamente para mudar esse quadro. Seja no ambiente de trabalho, dando oportunidade e remuneração para todos igualmente ou na sala de aula, falar sobre o racismo é lutar contra essa triste realidade.
Um país diverso, com oportunidades iguais para todos, prospera mais rapidamente, tem menos violência e mais qualidade de vida. Dentro das empresas, a diversidade representa novos olhares, vivências e saberes, ajudando na inovação de processos e produtos – consequentemente mais lucro.
Agora, o mais importante. São pessoas, se está falando de seres-humanos, com sonhos, ambições, dores e lutas. São crianças que se sentem excluídas na sala de aula, por ter o cabelo diferente. São jovens que, como os pais não tiveram as mesmas chances dos brancos, ficam à mercê do meio onde vivem, repetindo ciclos viciosos. São avós, que olham para seu legado e torcem por dias melhores.
Além da punição pelo crime, se deve investir em educação e promoção desse debate, em todas as esferas da sociedade. A começar pelos jovens, responsabilidade de pais e professores. Em sala de aula, eles treinam como fazer uma introdução, desenvolvimento e conclusão para texto dissertativo-argumentativo sobre o tema, mas será o suficiente?
Deve-se sim, buscar o diálogo diariamente, apontando quando o racismo velado se revela. Sempre é válido também apresentar uma proposta de redação para fazer pensar sobre o tema. Dessa forma, os casos vão ficando cada vez mais raros e com nuances delicadas, até desaparecer completamente.
Como sociedade, o Brasil é jovem e tem muito a aprender. Mas isso não é motivo para fechar os olhos para o que está acontecendo agora. Todos devem fazer a sua parte para que o país se torne aquilo que realmente se deseja, com ordem e progresso.
Educar para prosperar e para isso, se faz necessário o diálogo franco e aberto, seja através de uma ou pelo conhecimento do contexto histórico. Fazendo porém, com que não apenas o discurso esteja adequado à igualdade e crescimento, mas também as ações.