19 de janeiro de 2021
O Dia das Histórias em Quadrinhos é comemorado no Brasil em 30 de janeiro, data que o jornal Vida Fluminense publicou a primeira das aventuras do Nhô Quim, escrita e desenhada por Ângelo Agostini, em 1869.
Aproveitando a data, alguns especialistas em ilustração da Wacom, fabricante líder mundial de mesas digitalizadoras e monitores interativos, produziram uma lista com cinco dicas para se criar uma HQ (história em quadrinhos).
“O mercado de HQs e graphic novels é um dos que mais cresce no mundo. Só nos Estados Unidos, em 2019, as vendas chegaram a US$ 1,2 bilhão. Os quadrinhos geram muita influência nos jovens e em alguns fãs não tão jovens assim. Faz parte do cerne da Wacom apostar em pessoas criativas para mudar o mundo e, muitos podem concordar, que não há nada mais criativo que os universos apresentados em algumas HQs”, comenta Thiago Tieri, gerente de marketing da Wacom no Brasil.
“O mais importante para um artista que quer fazer um comic ou até um webcomic é começar. É normal evoluir com o tempo, mas nada disso vai acontecer se a história não sair do caderno de esboços. Comecei meu quadrinho, “They Can Talk” (Eles podem falar, em tradução livre), em 2015, sem muito plano em mente. Desenhava alguns quadrinhos, postava online e isso rapidamente tomou forma. O que começou como um pequeno projeto paralelo, superou todas as minhas expectativas e se tornou uma saída criativa incrivelmente satisfatória”, explica o artista Jimmy Craig, que publicou um livro a partir de seus quadrinhos online.
Quadro 1: Não! Comida humana, não comida de cachorro.
Quadro 2: Tudo o que ouvi foi “comida” duas vezes.
Confira abaixo cinco passos para começar o próprio quadrinho.
Em uma lista com diversos quadrinhos, um artista deve ser capaz de identificar imediatamente o próprio trabalho. Seja por meio do esquema de cores, o estilo da ilustração, ou mesmo o layout, é importante que a HQ tenha uma aparência única.
Outro detalhe importante é a fonte escolhida para o texto. O artista deve se atentar para que seja algo legível aos leitores. Muitas vezes, o estilo da fonte acaba complementando o tom da história, pendendo para o lado do humor ou do drama. É um conceito a se analisar o que melhor se encaixa no objetivo escolhido.
Não tem problema se inspirar em outros ilustradores para começar, mas conforme a história começa a ser produzida, é importante buscar pelo próprio estilo.
Da mesma forma que o estilo e a aparência da HQ devem ser identificáveis, o diálogo e o conteúdo também devem ser. Por exemplo, há muitos quadrinhos sobre gatos na internet, mas alguns artistas entram em evidência ao oferecer uma perspectiva única e uma voz para um assunto que é tudo menos único.
Por isso, escolha um tema ou assunto no qual é possível escrever a longo prazo. Seja uma série autobiográfica, uma história em quadrinhos sobre um personagem fictício ou sobre animais, é importante escolher algo que fará o artista se manter comprometido. Os quadrinhos podem evoluir ou mudar com o tempo, mas é importante permanecer consistente pelo menos na fase inicial de construção de um público.
A maneira mais fácil de encontrar a própria voz é escrevendo. Assim, não deixe nenhuma ideia de lado, boas ou ruins.
Alguns artistas começam com lápis e papel antes de virar uma ilustração digital, outros já estão adaptados ao uso de uma ferramenta digital como se fosse um caderno. É sempre uma questão de escolha pessoal.
A Wacom tem os melhores produtos do mercado, tanto para quem está começando como para profissionais especializados. Quem ainda vai começar o processo de criação, pode investir em uma mesa digitalizadora da linha Intuos (com ou sem bluetooth), que já fará uma diferença absurda. A mesa é usada no lugar do mouse e acompanha algumas licenças de softwares especializados que auxiliam na otimização de tempo como na qualidade da arte também.
Para quem prefere desenhar direto na tela, o monitor interativo Wacom One é uma ótima opção para quem está iniciando na criação e ilustração digital. Ainda pode ser utilizado com Mac, PC e alguns dispositivos Android, como telefones Samsung.
O Photoshop e o Clip Studio Pro são softwares queridinhos de muitos ilustradores para a criação de HQs. Com a caneta Wacom é possível, trabalhar em ambos de maneira diferenciada, alternando a ferramenta de pincel ou tamanho da linha com a sensibilidade à pressão da caneta, por exemplo.
Criar uma rotina é um dos pontos mais importantes no desenvolvimento de novos projetos criativos. É possível escolher um dia da semana ou um horário em diversos dias para focar na HQ. E é importante continuar desenhando no período estabelecido, mesmo que não tenha vontade para isso no momento. Estabelecer esse cronograma de trabalho é a parte mais difícil, depois tudo fica mais fácil. Afinal, o ser humano é a espécie mais adaptável do mundo.
Muitas vezes, criar uma HQ é um esforço solitário, então a responsabilidade de se manter comprometido e motivado será sempre do artista. A boa notícia é que a partir de projetos independentes, pode-se já construir um público ou pelo menos aumentar o catálogo de trabalhos realizados.
Não é necessário despejar o novo conteúdo em qualquer mídia, mas é importante experimentar diferentes meios para conhecer onde as pessoas estão respondendo melhor ao seu trabalho. Uma sugestão seria focar em duas ou três plataformas principais, além de seu próprio site.
Aproveite e compartilhe os quadrinhos com amigos ou família. Faz diferença obter a opinião de outra pessoa ou até mesmo trabalhar com um mentor criativo.
Por último, embora as seções de comentários na Internet possam ser horríveis, vale a pena se aventurar para ver o que as pessoas estão dizendo. Se houver crítica que valha a pena ouvir, é mais provável que você ouça de um estranho do que de seu melhor amigo. Mas é importante também saber descartar o que não for agregar ao estilo e a voz que está em desenvolvimento.