7 de agosto de 2018
O WhatsApp descobriu uma maneira de ganhar dinheiro sem pesar aos usuários. O aplicativo lançou nesta semana uma nova API, voltada para empresas que queiram ter um perfil comercial mais sofisticado do que a versão gratuita oferecida. É o primeiro produto pago desde que foi cancelada a taxa anual de um dólar em 2016.
O aplicativo já vem se atualizando com foco nas empresas e empreendedores desde o começo deste ano, quando anunciou o aplicativo gratuito para pequenas e médias empresas: o WhatsApp Business, que hoje já possui mais de três milhões de usuários ativos.
A nova API é focada em empresas maiores, como as de médio e grande porte, que precisam de uma solução adaptável, personalizada e que estão dispostas a colocarem as mãos nos bolsos para isso. De acordo com o Facebook, algumas empresas desses portes já usam o serviço gratuito como, por exemplo, a Singapore Airlines, Uber, Avon, B2W, Ingresso Rápido e Movile. Mas, o que a API traz de novo para justificar a cobrança?
Assim como na versão gratuita, as empresas precisarão ter a conta verificada para criarem o perfil comercial. Elas só poderão contatar usuários após eles se conectarem com o número, para evitar mensagens indesejadas. Serviços como mensagens automáticas, categorização de conversas, acessos e estatísticas dos usuários estarão presentes na API, além da possibilidade de integrar o WhatsApp com outras plataformas já usadas pela empresas, como Zendesk.
“A empresa que acessar o novo serviço terá a possibilidade de personalizar e trafegar um volume muito maior de mensagens, além de ter toda a tecnologia de inteligência artificial disponível para otimizar a comunicação e criar soluções de atendimento”, explica Eduardo Henrique, diretor executivo da Wavy.
Na versão gratuita, apenas um número de celular pode ser vinculado à conta, com a API paga, ela será integrada com um software de atendimento, com logins e senhas para que caso a empresa tenha mais de um funcionário de atendimento todos possam trabalhar sem que seja necessário diversos números de telefone diferentes.
Com o WhatsApp Business API, os empreendedores poderão responder gratuitamente mensagens enviadas por usuários em até 24 horas. Depois disso, a cada mensagem será cobrada uma taxa fixa, variando de 0,5 centavos a 9 centavos de dólar por texto, dependendo do país.
A aposta da companhia em termos de faturamento, está nas empresas que demoram para responderem seus clientes. A pressão por responder em até 24 horas tornará o atendimento melhor para o consumidor, que preferirá chamar pelo WhatsApp.
“O foco, claro na comunicação do WhatsApp, está em empresas de médio e grande porte. É uma oferta segmentada para quem tem um grande volume de atendimento, um SAC, e quer um canal adicional de comunicação – que pode se tornar o principal”, diz Quinalha.
A ideia é que o serviço melhore a performance da equipe de atendimento e a colete informações das interações, com bots resolvendo as questões mais simples dos clientes e melhorando a gestão de pedidos.
Os testes já estão sendo conduzidos desde setembro do ano passado com todas as empresas do grupo Movile (como iFood, PlayKids e Sympla), gigantes como Avon e startups como Ingresso Rápido.
A Ingresso Rápido já usava o WhatsApp Business em sua versão gratuita, com mais de 80% do volume de atendimentos da startup por meio do serviço de mensagens. O negócio está testando a API desde janeiro de 2018 e imagina que a comunicação por WhatsApp deverá crescer ainda mais. A plataforma da Wavy já reduziu os custos de call center da Ingresso Rápido em 45%.
“A facilidade e agilidade na comunicação com os clientes e a possibilidade de automatizar algumas perguntas mais frequentes foram os principais atrativos”, afirma Tereza Santos, diretora de operações da Ingresso Rápido.
De acordo com eles a qualidade do atendimento aumentou por meio da utilização deste canal e eles tem planos de criar mais iniciativas focadas no WhatsApp Business API, focando em ganhar escala e diminuir o tempo de espera das respostas mais simples.
Gostou? Você acha que essa é uma solução que pode auxiliar os consumidores?